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sábado, 24 de novembro de 2012
Piadas Racistas
Na Semana da Consciência Negra, pesquisador discute o formato que o racismo tem assumido no Brasil no artigo disponibilizado no site Africas.
Confira abaixo:
Personagem Adelaide do programa Zorra Total. (Foto: reprodução)
http://africas.com.br/portal/piadas-racistas-reforcam-padrao-colonial-explica-pesquisador/
Confira abaixo:
Piadas racistas reforçam padrão colonial, explica pesquisador
Personagem Adelaide do programa Zorra Total. (Foto: reprodução)
A personagem Adelaide está colocada dentro dos marcos do
passado. Havia uma leitura nas piadas de que os negros eram pobres,
desdentados e feios. Adelaide tem o nariz e os lábios exageradamente
alargados e o cabelo despenteado, em um clichê, que, no final, a compara
a um gorila”
Portal Terra
Piadas sobre negros ainda são usadas para desqualificar e
marginalizar essa parcela da população, critica o professor da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) Dagoberto José da Fonseca, que
pesquisa o tema desde a década de 1980. “Esse tipo de piada, de
brincadeira, que não é nada inocente, tem o objetivo de rebaixar, de
inferiorizar, de desqualificar o negro, de mostrá-lo como um animal,
incompetente ou estigmatizar uma situação de pobreza pela qual passa boa
parte dessa população.”
Doutor em ciência sociais, ele começou a pesquisar o tema depois de
ouvir de um amigo uma piada racista ainda na faculdade. A anedota deu
origem a uma tese de mestrado que, engavetada desde então, foi resumida e
será publicada no livro Você Conhece Aquela? A Piada, o Riso e o
Racismo à Brasileira, com previsão de lançamento em dezembro.
Em 133 páginas, o professor da Faculdade de Ciências e Letras da
Unesp reúne piadas em que os protagonistas são negros e aparecem como
“vadios, malandros, ladrões”. Em algumas dessas anedotas são comparados a
doenças degenerativas, como câncer, ou têm características físicas,
como o nariz e a boca, exageradas, reforçando estereótipos.
É o caso da personagem Adelaide, do programa Zorra Total, da TV
Globo. No quadro, ela é uma mulher negra, pobre, sem dentes, que se
refere aos cabelos da própria filha como “palha de aço”. As aparições da
personagem estão sob análise no Ministério Público do Rio de Janeiro,
que vai avaliar se há racismo no programa, a pedido da Secretaria de
Igualdade Racial (Seppir).
“A personagem Adelaide está colocada dentro dos marcos do passado.
Havia uma leitura nas piadas de que os negros eram pobres, desdentados e
feios. Ela a personagem não rompe com o passado, como Mussum, Grande
Otelo e Chocolate. Adelaide tem o nariz e os lábios exageradamente
alargados e o cabelo despenteado, em um clichê, que, no final, a compara
a um gorila”, criticou.
Sobre o tema da sexualidade, em um dos quatro capítulos da obra,
Fonseca também critica o mito da potência sexual, no caso dos homens, ou
de lascívia, no caso das mulheres. Segundo o professor, essas ideias
surgem na colonização tanto no Brasil quanto na África e refletem
teorias de um momento histórico em que o negro era tido como inferior.
“Quando a gente pensa em um negro brutamonte, está associando o negro
a um tarado, a um cavalo, a um touro, ou seja, voltamos para a questão
da animalização”, ressaltou. ”Do outro lado, quando se remete à mulher
negra, há ideia de lascividade, de promiscuidade. Tudo vinculado ao
processo colonial, em que o dono do corpo era quem escravizava”,
acrescentou.
Para o professor, por trás das piadas racistas há uma intenção de
buscar a “padronização” do corpo, da beleza, por meio da valorização de
um “ideal branco”, o que tem impactos negativos, especialmente, entre as
crianças negras. A tendência, explica o pesquisador, é que elas se
sintam inferiores e tenham mais dificuldade para aprender.
Em relação à personagem Adelaide, a Central Globo de Comunicação
informou que o humorístico “é notadamente uma obra de ficção, cuja
criação artística está amparada na liberdade de expressão”. A nota
acrescenta ainda que a personagem foi inspirada na avó de seu intérprete
e criador, o ator Rodrigo Sant’anna.
http://africas.com.br/portal/piadas-racistas-reforcam-padrao-colonial-explica-pesquisador/
terça-feira, 20 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
FREVO: Patrimônio Cultural da Humanidade
No último dia 09 de novembro, a UNESCO publicou parecer sobre a candidatura do Frevo a
Patrimônio Cultural da Humanidade. A obtenção do título representa
mudança na vida de muitas pessoas que fazem do Frevo, em Pernambuco ou
em outros territórios, facilitando obtenção de recursos e vida cidadã,
através da cultura e da arte, com maior agilidade para projetos
individuais e coletivos com relação ao Frevo e suas múltiplas formas de
expressão, numa nova dimensão para a ideia de desenvolvimento nacional.
Leia o parecer abaixo:
PROJETO DE DECISÃO 7.COM 11,8
O Comitê
1 Toma nota que o Brasil nomeou frevo, artes cênicas do Carnaval de Recife para inscrição na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade:
Frevo
é uma expressão artística brasileira compreendendo música e dança,
realizadas principalmente durante o carnaval de Recife. O ritmo
frenético rápida e vigorosa baseia-se na fusão de gêneros musicais, como
a música de marcha, tango brasileiro, dança de quadrilha, polca e peças
de repertório clássico, executados por bandas marciais e fanfarras. A
música é essencialmente urbano, e como a dança que o acompanha, 'Passo',
é vigoroso e subversivo. A dança resulta da habilidade e agilidade de
capoeiristas, que improvisar saltos ao som eletrizante de orquestras e
bandas de aço. Praticantes de Frevo e Passo fazem parte de associações,
cada uma das quais participa em desfiles para o carnaval. Sua sede
fornecer suporte para o desenvolvimento, preservação e transmissão de
conhecimentos e habilidades relacionadas ao Frevo. O elemento também tem
uma estreita ligação com as crenças e universo simbólico da religião
dos praticantes. Várias associações têm cores relacionadas com a devoção
dos membros e enfeites diversos têm significados religiosos. Frevo é
formada através da criatividade e riqueza cultural que vem da grande
mistura de música, dança, capoeira e artesanato, entre outros,
demonstrando a engenhosidade e capacidade criativa de seus
praticantes. Essa habilidade de promover a criatividade humana e
respeito pela diversidade cultural é inerente ao Frevo.
2. Decide que,
a partir da informação fornecida no arquivo de 00603, a nomeação de
satisfazer os critérios para inscrição na Lista Representativa, como
segue:
R.1:
Frevo constitui uma expressão sincrética artístico reconhecido pelo
povo do Recife como um símbolo festivo de sua identidade e continuidade e
constantemente recriado por eles em resposta às mudanças nas condições
sociais;
R.2:
Sua inscrição na Lista Representativa poderia favorecer o diálogo,
promover a compreensão mútua e promover a valorização do espírito
criativo da humanidade, graças, em particular para a sua abertura a
diversas pessoas e comunidades;
R.3: A
descrição de medidas de salvaguarda é completa e extensa, com
atividades bem identificados focadas na promoção, difusão, documentação e
educação, o compromisso das comunidades e com o apoio do Estado Parte
são demonstrados;
R.4: O
elemento foi nomeado na sequência de uma ampla participação e ativa da
comunidade, associações e grupos em causa, e seu consentimento livre,
prévio e informado está amplamente demonstrada;
R.5: Após
um pedido da Cidade Recife Hall, e através de um processo participativo
em que as comunidades identificar e definir o seu patrimônio, o frevo
foi inventariado e reconhecido em 2007 pelo Instituto Nacional do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio
Cultural da Brasil;
3. inscreve frevo, artes cênicas do Carnaval de Recife na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Caminhos para outro desenvolvimento
A discussão sobre novos caminhos para o desenvolvimento provoca nossa criatividade e indica saídas alternativas.
Michael Löwy explica por que proposta diverge do “socialismo real”, vai além do ambientalismo e precisa de vitórias parciais
Por Michael Löwy | Imagem: Marc Chagall, Os Amantes de Vence (detalhe)
Confira: Razões e estratégias do Ecossocialismo
Michael Löwy explica por que proposta diverge do “socialismo real”, vai além do ambientalismo e precisa de vitórias parciais
Por Michael Löwy | Imagem: Marc Chagall, Os Amantes de Vence (detalhe)
Confira: Razões e estratégias do Ecossocialismo
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