O Brasil estava sendo governado por uma
ditadura militar desde o golpe de 1964 e os presos políticos enchiam as
prisões. Em janeiro de 1971, setenta (70) presos são libertados em
troca do embaixador suíço capturado pelos revolucionários resistentes.
Juntos, os 70 são enviados para Santiago do Chile, onde este filme foi
feito.
Os assinantes do Canal Brasil tiveram a oportunidade de assistir com exclusividade o documentário Brasil - um relato de tortura
na última segunda-feira 6 de agosto, à 0h15. Essa foi a primeira
exibição do longa no país, 40 anos depois de filmado durante a ditadura
militar, um dos períodos mais turbulentos e sombrios da nossa história.
De qualquer forma, é de se perguntar
porque demorou tanto tempo a ser exibido no pais, mesmo depois de 33
anos de ser promulgada a lei de anistia? Isto evidencia ainda, sem
sombra de dúvidas, esta prática horripilante e desumana da tortura nas
delegacias e prisões do pais, que não querem ver estas denúncias serem
feitas e apuradas, onde a ditadura militar e civil continua existindo e
oprimindo.
O
filme dirigido por Haskell Wexler e Saul Landau, é composto por fortes e
raras imagens captadas em 1971, no Chile, quando os cineatas americanos
estavam no país para filmar com o então presidente Salvador Allende e
souberam da presença dos brasileiros exilados. Como sugere o título, Brasil - um relato de tortura
é um registro de depoimentos de brasileiros que revelam em suas falas,
detalhes do horror vivenciado nos porões do Departamento de Ordem
Política e Social (DOPS), no DOI-CODI e na OBAN.
O ex-presidente da UNE (União Nacional dos
Estudantes) Jean Marc van der Weid, a irmã do ex-ministro
extraordinário de assuntos estratégicos Mangabeira Unger Nancy
Mangabeira Unger, e o frade católico Frei Tito, são alguns dos
personagens que foram ouvidos no filme. A sessão será antecedida por uma
entrevista feita pelo jornalista e crítico de cinema Carlos Alberto
Mattos com o produtor e cineasta Jom Tob Azulay.
Confira um trecho do documentário